Entenda as principais ideias de cada time no Revierderby
A vigésima quarta rodada da Bundesliga marcou o encontro entre Schalke 04 e Borussia Dortmund, na Veltins-Arena. Vivendo boa fase, os dois clubes prometiam um confronto equilibrado e repleto de emoções, e foi exatamente isso que observamos ao longo dos 90 minutos de partida.
Formações iniciais
Thomas Reis optou pela escalação de Mehmet Aydin pela direita e manteve o time base que vem recuperando sua melhor forma nas últimas rodadas. Matriciani foi novamente lateral esquerdo, substituindo o lesionado Jere Uronen. Por parte do Dortmund, talvez a grande surpresa tenha sido a ausência de Salih Özcan: Edin Terzic optou por escalar o português Räphael Guerreiro como um meio campista pela direita.
Os encaixes individuais do Schalke
O Schalke se preparou para a partida com uma série de encaixes individuais, especialmente no setor de meio campo. Embora não fossem tão agressivos na marcação, Zalazar, Král e Krauss eram responsáveis por acompanhar as movimentações de Emre Can, Bellingham e Guerreiro, respectivamente - quando o inglês e o português iniciavam a jogada em lados diferentes (em relação ao posicionamento na formação base), os dois volantes do Schalke invertiam seus alvos, mas as marcas principais estavam bem definidas. Esse tipo de comportamento ficou bem evidente quando o Schalke tentava pressionar a saída de bola do rival em bloco médio e alto.
Ao se defender em um bloco baixo, as perseguições já não eram tão longas e a dupla de volantes também se preocupava em defender a entrada da área, mas ambos acabaram sendo arrastados em alguns dos lances de ataque do Dortmund. Zalazar por muitas vezes deixava de acompanhar Can e permanecia mais à frente.
A partir dessa ideia, os Azuis Reais foram bem competentes ao limitar a progressão do Dortmund pelo centro, mantendo a bola mais distante de sua própria meta e evitando grandes chances de gols durante boa parte da partida.
A adaptação de Edin Terzic
Durante suas últimas partidas, o Dortmund tem optado por construir suas jogadas a partir de um sistema 3+1, recuando um dos volantes (geralmente Emre Can) para a linha dos zagueiros, posicionando outro mais a frente, atrás da primeira linha de pressão, e liberando seu terceiro nome de meio campo para ocupar posições avançadas, próximo aos atacantes.
O confronto contra o Schalke, no entanto, viu um padrão diferente ser utilizado. A construção ocorria quase sempre a partir dos dois zagueiros e o trio de meio campistas alternava bastante suas posições, variando entre baixar para receber ou correr em direção ao campo adversário, buscando arrastar a marcação individual do Schalke e criar espaços que pudessem ser explorados.
Malen, saindo de fora para dentro, recebeu algumas bolas em boas condições no espaço gerado por essas movimentações, mas de maneira geral foram os dois zagueiros que se beneficiaram mais, pois tinham liberdade para lançar ou conduzir. Essa rotação acabou por gerar a chance mais clara do primeiro tempo...
e foi também importante no gol marcado por Schlotterbeck.
Reprodução: Football3/editado
A postura do Schalke com a bola nos pés
Diante de sua postura mais cautelosa, o Schalke precisaria aproveitar com grande eficiência suas poucas oportunidades e adotou um estilo de jogo mais direto. Ao recuperar a posse de bola, seja no campo de defesa ou de ataque, a intenção era acelerar o jogo pelas laterais, especialmente com Bülter e Mohr (entrou na vaga de Aydin no 2T), antes de cruzar em direção a área. A ideia surtiu efeito quando Bellingham perdeu uma bola no meio campo e Frey encontrou Bülter atacando a área para marcar o gol de empate.
As alterações do segundo tempo
Edin Terzic mudou o perfil da ponta direita ao deslocar Bellingham para lá, quando Dahoud entrou na vaga de Bynoe-Gittens, e Reis trocou criatividade por força aérea ao substituir Zalazar por Karaman, mas o funcionamento dos dois clubes seguiu sem grandes mudanças. As alterações restantes, de maneira geral, revitalizaram fisicamente as duas equipes porém não foram capazes de provocar grandes impactos na partida.
Dortmund e Schalke tem motivos para seguir sonhando
O resultado acabou comemorado pelo Schalke 04 e lamentado pelos torcedores do Dortmund, mas a partida é um bom indicativo para o restante da temporada. Apesar de ter visto a distância para o líder aumentar, os aurinegros apresentaram boas soluções diante de um cenário específico e podem se beneficiar dessas adaptações futuramente. Os Azuis Reais, invictos em suas últimas 7 partidas, finalmente atingiram um bom nível de competitividade sob o comando de Thomas Reis e a permanência na primeira divisão, anteriormente vista como um sonho distante, agora é uma possibilidade real.
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