Os problemas do clube na atual temporada
Após um primeiro ano promissor sob o comando do treinador Gerardo Seoane, que garantiu o terceiro lugar e uma vaga na Champions League com relativa tranquilidade, o Bayer Leverkusen veio para a temporada 22/23 com altas expectativas. O clube conseguiu manter suas principais estrelas - Patrik Schick renovou contrato até 2027 - e aumentou seu poderio ofensivo com as contratações dos jovens Adam Hlozek e Callum Hudson-Odoi.
No entanto, o clube sofreu um baque já na abertura da temporada, ao ser eliminado da Copa da Alemanha pelo SV 07 Elversberg, da terceira divisão. A má fase se arrastou pela Bundesliga e, nas cinco primeiras rodadas, o Leverkusen já acumula quatro derrotas, metade do que sofreu em toda a campanha passada. Considerando esse período de cinco jogos, é o pior início do clube na Bundesliga desde a temporada 82/83.
Analisando os números, a situação não parece tão ruim assim: o Leverkusen, de maneira geral, criou chances ou finalizou (a partir da métrica dos expected goals) de maneira próxima a seus adversários em 3 jogos (perdeu todos) e os superou convincentemente em outros dois (venceu um e perdeu um).
Apesar de ter gerado o suficiente para marcar 7.7 gols, foram apenas 6 gols até então (3 deles na mesma partida, contra o Mainz) - para efeito de comparação, na última temporada o clube marcou 75 vezes (excluindo-se os gols contra) com um xG de 63.6.
Falta de eficiência no ataque
Um dos problemas do Leverkusen pode ser representado na figura do artilheiro Patrik Schick. O atacante da seleção tcheca foi um dos finalizadores mais letais da temporada passada...
mas ainda não engrenou na atual temporada e tem desperdiçado algumas chances preciosas.
Ele desperdiçou boas oportunidades contra Borussia Dortmund, Augsburg e Freiburg e veio a marcar seu primeiro gol na liga apenas na quinta rodada. A recuperação do Bayer Leverkusen passa também por seus pés.
Fragilidade defensiva
O Bayer Leverkusen também tem se caracterizado por ser uma equipe frágil no outro lado do campo, em sua área defensiva. O time tem sido especialmente vulnerável ao tentar pressionar seu adversário no campo de ataque, em sequências que terminam com o oponente atacando em igualdade numérica com relativa frequência. Nos exemplos abaixo, a pressão é superada facilmente a partir de uma condução, um passe ou um lançamento longo seguida de disputa pela segunda bola.
Além disso, os defensores tem cometido erros individuais em quase todas as partidas, cedendo a posse de bola próximo ao gol e comprometendo o resultado da equipe. Não chega a ser exatamente uma surpresa, uma vez que alguns dos zagueiros do Leverkusen (Tah e Tapsoba, em especial) sempre se destacaram mais pela qualidade com bola do que pela defesa de área, mas os erros se acentuaram nesse começo de temporada.
Recuperação
Ainda é a fase inicial da temporada, mas no momento o Leverkusen se encontra 8 pontos atrás do Union Berlin, quarto colocado, e vai precisar de uma reação rápida caso pretenda brigar por objetivos maiores na Bundesliga. Gerardo Seoane segue prestigiado no cargo e tem a confiança da direção para reajustar o Leverkusen, mas o acúmulo de maus resultados pode acabar custando seu cargo, como visto na demissão de Domenico Tedesco no RB Leipzig.
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