Bayern e Barcelona se enfrentaram nesta terça-feira (13/09/22), em um dos confrontos mais esperados da fase de grupos da UEFA Champions League. A partida marcou o reencontro de Robert Lewandowski com a Allianz Arena, após ter sido vendido no início da temporada.
Diferentemente dos últimos confrontos recentes, a partida acabou sendo bastante equilibrada e poderia ter sido favorável a qualquer um dos times, mas o Bayern venceu mais uma e se colocou em ótima posição para garantir a classificação no grupo.
Formações iniciais
Nagelsmann optou por um posicionamento diferente do que vinha utilizando na temporada e escalou o Bayern com Mané na ponta esquerda, Müller mais a frente e Sané na direita. Sabitzer foi o escolhido para formar a dupla de volantes com Kimmich e Upamecano a zaga com Lucas Hernández.
O Barcelona veio com seu tradicional 4-3-3, com Raphinha e Dembelé ocupando as duas pontas. Marcos Alonso, na lateral esquerda, foi a única surpresa.
Barcelona pressionando alto
O principal mérito do Barcelona de Xavi na partida foi a pressão exercida já na saída de bola dos bávaros. O treinador espanhol montou seu time para pressionar alto e incomodou bastante o Bayern, que conseguiu poucas saídas "limpas" durante o primeiro tempo - quase 15% dos passes efetuados pelo time alemão foram bolas longas (para efeito de comparação, esse número cai para 7% na Bundesliga).
A pressão funcionava da seguinte forma: Gavi, um dos meio campistas, subia e se juntava a Lewandowski para pressionar os zagueiros, enquanto Busquets e Pedri vigiavam a dupla de volantes. Por fim, os pontas eram responsáveis pelos laterais e vice-versa.
Esse estilo de pressão efetuada pelo Barcelona foi bastante eficaz ao evitar a progressão do Bayern, especialmente pelo centro do campo, onde o time alemão gosta de operar. As bolas longas também não surtiram muito efeito, já que a linha defensiva do Barcelona levou a melhor contra Mané, Musiala e Müller. A partir dessa estrutura, o Barcelona forçava o Bayern ao erro e retomava a bola para iniciar novamente suas jogadas.
A preocupação defensiva do Bayern
A alteração no posicionamento das peças ofensivas do Bayern sugeria uma preocupação com o poderoso ataque do Barcelona. Até então escalado mais próximo do ataque, Mané foi recuado nessa partida para fazer parte da segunda linha de marcação no momento defensivo. Junto a Sané e aos dois volantes, ele recebeu a missão de ajudar a conter os pontas adversários e o Bayern adotou uma postura menos agressiva ao defender.
Um outro tipo de comportamento voltado para a segurança defensiva - esse mais comum durante a temporada - foi o posicionamento dos laterais Pavard/Mazraoui e Alphonso Davies durante a fase ofensiva do Bayern.
Ao ocuparem posições mais centrais, os laterais do Bayern participam de maneira mais eficiente da pressão pós-perda e ajudam a controlar a partida. É também uma alternativa interessante para lidar com possíveis transições ofensivas do Barcelona, como no exemplo abaixo:
o Bayern perde a posse de bola no campo ofensivo e vê o Barcelona iniciar um ataque. Davies imediatamente gira o pescoço para encontrar Raphinha e começa a correr para ajudar na transição defensiva...
seu posicionamento, aliado a sua velocidade, permite que chegue para interceptar um passe que acabaria por gerar uma chance perigosa.
A grande chance do Barcelona surgiu justamente quando um dos laterais foi apanhado em uma posição mais avançada. No lance abaixo, Pavard comete um erro de passe e o Barcelona encontra Dembelé às suas costas: o ponta francês dribla Sabitzer e Upamecano acaba tendo que lidar com dois jogadores ao mesmo tempo, gerando um efeito dominó que acaba por criar espaço para Lewandowski ao final da jogada.
Jogo concentrado pelo centro
Assim como os laterais, Mané e Sané constantemente buscavam o centro do campo também - no caso dos pontas, por características próprias. A busca por ataques pelo meio é algo que tem funcionado para o Bayern na temporada, mas não surtiu efeito nessa partida, porque estava difícil progredir ali pela boa marcação e ocupação de espaços do Barcelona.
Os ajustes de Nagelsmann para o segundo tempo
O Bayern voltou do intervalo com duas alterações que foram fundamentais para a vitória: a entrada de Goretzka na vaga de Sabitzer e uma mudança na postura de seus dois pontas. Se no primeiro tempo Mané e Sané optaram por receber a bola em posições mais centrais, no 2T os dois pontas (incluindo Gnabry e Tel, após substituições) começaram a se posicionar mais próximos a linha lateral, recebendo a bola por ali e espaçando horizontalmente a linha defensiva do Barcelona, criando espaço pelo meio.
O espaço criado por esse tipo de comportamento era aproveitado por Goretzka, jogador que tem como uma de suas características atacar a grande área adversária.
O segundo gol do Bayern surge após Sané receber aberto, atraindo a marcação do lateral adversário. Ele tabela com Mazraoui e Musiala, enquanto Müller arrasta o zagueiro para fora de sua posição, criando o espaço em que Sané acaba infiltrando para marcar seu gol.
De maneira geral, não foi um bom primeiro tempo do Bayern e o clube poderia ter saído derrotado caso Lewandowski e/ou Pedri aproveitassem as chances que tiveram. Nagelsmann, no entanto, mostrou novamente capacidade de adaptação e solucionou alguns dos problemas que surgiram ainda no intervalo. Após duas vitórias em dois jogos, a classificação dos bávaros para a próxima fase para estar encaminhada.
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