 |
| Foto: Stuart Franklin/Getty Images |
Neste sábado (23), o Bayern de Munique após uma vitória contra o Borussia Dortmund, se sagrou, novamente, como campeão da Bundesliga. Sendo assim, o décimo campeonato consecutivo conquistado pelos Baváros.
Além da repercussão pública, vimos uma grande repercussão na imprensa mundial sobre o título, e não é só vista como o marco de uma "década de domínio" de Munique, mas também veem problemas para toda a liga após o título recorde: "Más notícias para a Bundesliga".
Itália
Gazzetta dello Sport: "Só existe o Bayern. O time de Nagelsmann tem o recorde europeu. Décimo título consecutivo da Bundesliga, é a primeira vez entre as 5 principais ligas da Europa. O técnico Julian Nagelsmann experimentou o doce sabor do sucesso pela primeira vez e tornou-se campeão alemão pela primeira vez em uma idade em que normalmente se aposenta ou treina jovens."
Corriere dello Sport: "Bayern em festa na Bundesliga! Nocaute no Dortmund, 32º título. O Bayern não tem piedade e conquista seu décimo título consecutivo."
Espanha
Marca: "No final, aconteceu do jeito que tinha que acontecer. O Bayern é campeão. Dez anos seguidos. Bom para o Bayern, mas más notícias para a Bundesliga, o que parece óbvio desde o início. E desde o início o Bayern conquistou 31 títulos, mais que todos os outros clubes juntos: 28. Deixe a cerveja fluir."
França
L'Équipe: "Uma década bávara. Após o décimo campeonato consecutivo, o FC Bayern gostaria acima de tudo de poder competir ao mais alto nível europeu após dois anos decepcionantes. (...) Na Allianz Arena lotada, queríamos que os jogadores de Julian Nagelsmann não perdessem a chance diante de seus próprios torcedores e contra o rival mais próximo dos últimos anos."
A regra do "50+1"
O futebol alemão como num todo sempre foi visto como uma referência no mundo, pela formação de técnicos, jogadores, além da história enquanto seleção nacional. Então por que a Bundesliga não apresenta uma competição mais acirrada pelo troféu?
Essa é uma questão que envolve várias camadas, já que a cultura futebolística na Alemanha é algo extremamente delicado, e não apresenta flexibilidade como em outros países. A regra do "50+1" é um dos grandes exemplos disso.
Antes de explicar o que é, de fato, a "regra do 50+1", é necessário voltar na história do futebol alemão: No século XIX, as classes média alemães emergentes fundaram clubes para suas atividades: clubes de leitura, clubes de vela, clubes de ginástica, clubes de equitação e, eventualmente, clubes de futebol.
Os clubes eram associações de membros democráticos e foram colocados em registros, tornando-os clubes oficialmente registrados – ou “eingetragene Vereine”, abreviado como “e. V.”, letras que aparecem nos nomes completos da maioria dos clubes do futebol alemães hoje.
Os clubes alemães permaneceram como organizações sem fins lucrativos controladas por membros votantes até 1998, quando a DFL (Deutsche Fußball Liga) alterou seus regulamentos para permitir que os clubes terceirizassem suas operações de futebol profissional em empresas limitadas.
Essa terceirização abriu as equipes ao investimento privado com a condição de que o clube-mãe original, o “eV”, retivesse 50% das ações com direito a voto de seus associados na empresa.
A regra do "50+1" é um motivo de muito orgulho entre as torcidas alemães que garante que os sócios torcedores de um clube, ou seja, os torcedores, detenham sempre a maioria dos direitos de voto e que impede que entidades externas comprem uma participação majoritária, como ocorre na Premier League.
Não existe competitividade na Bundesliga?
A resposta é simples: existe sim competitividade na Bundesliga. Claro, há vários aspectos dentro de uma competitividade de modo geral, mas não podemos nos deixarmos levar apenas pelo recorte de briga pela taça.
Dentro do campeonato podemos ver equipes com baixo orçamento surpreendendo, como são os casos de Union Berlin, SC Freiburg, 1. FC Köln. Na DFB-Pokal (Copa da Alemanha), temos outros exemplos, como nesta temporada 21/22 com Hamburgo e St. Pauli.
Como esse aspecto pode melhorar?
As soluções para a melhora do aspecto competitivo na Bundesliga são a longo prazo. Seja por clubes se restruturando politicamente com gestões mais responsáveis, modernas e criativas, mas também por novos contratos de TV.
Por agora só podemos aproveitar os outros diversos aspectos que o futebol alemão têm ao nos oferecer, que também acabam o tornando um grande atrativo entre as principais ligas européias.
0 Comentários