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Detalhes táticos sobre a vitória do Bayern na Supercopa da Alemanha

 Análise de alguns aspectos táticos presentes no confronto

    Supercopas não são dos títulos mais valorizados pelo torcedor mundial. A ideia de colocar duas equipes recentemente campeãs frente a frente logo no início da época em um cenário competitivo, no entanto, geralmente acaba rendendo bons jogos.

    Bayern e Dortmund se enfrentaram nessa terça-feira, 17, buscando o primeiro título de uma temporada que promete ser bem disputada. Sob o comando de novos técnicos, as duas equipes ainda tem se ajustado na busca por um funcionamento coletivo melhor, mas já é possível enxergar alguns comportamentos interessantes. Destaco aqui alguns detalhes táticos que podem se repetir durante a temporada.

    Apesar dos rumores sobre a utilização de um esquema com 3 zagueiros, Julian Nagelsmann preferiu manter a formação com uma linha de 4 na defesa nos dois primeiros jogos da temporada. Marco Rose, por outro lado, respondeu ao desfalque de Thorgan Hazard e iniciou o jogo com um 4-4-2, com Dahoud a frente da defesa e Reus por trás da dupla de atacantes Haaland e Moukoko.

Formações iniciais de Borussia Dortmund e Bayern

    As ideias do Borussia Dortmund    

    Nesse cenário, Marco Reus tinha bastante liberdade para flutuar pelo campo, inclusive para recuar e oferecer uma linha de passe a mais durante a saída de bola. Reyna e/ou Bellingham, os dois interiores da equipe, compensavam esse movimento ocupando o espaço vazio mais a frente.

Mapa de calor de Marco Reus (Foto: SofaScore)

    Mantendo o comportamento da partida contra o Eintracht Frankurt, o Dortmund de Marco Rose iniciava sua saída de bola com os laterais em posições mais baixas e Dahoud nas costas da primeira linha de marcação do Bayern. A intenção por trás disso é atrair os jogadores adversários antes de verticalizar rapidamente e buscar uma ameaça em profundidade, especialmente com Haaland.

Saída de bola do Borussia Dortmund (Foto: REPRODUÇÃO/ESPN)

    Ao retomar a posse, o Dortmund também buscava rapidamente essa bola vertical pelo centro: foi assim que Reus teve uma grande chance de marcar o primeiro gol da partida, em um lance que exigiu uma defesa fantástica de Neuer.

Passe em profundidade de Bellingham para Reus (Foto: REPRODUÇÃO/Football 3)

    Os méritos do Bayern

    O Bayern assumiu o risco de pressionar alto em determinados momentos da partida, com um foco maior no setor da bola. Essa pressão rendeu frutos ao time bávaro, especialmente pelo setor esquerdo de seu ataque - Passlack, o lateral direito do Borussia Dortmund, teve muitas dificuldades no jogo, cedendo a posse em zonas perigosas e permitindo a criação de boas oportunidades.

Exemplo 1 de pressão alta bem sucedida (Foto: REPRODUÇÃO/Football 3)

Exemplo 2 de pressão alta bem sucedida (Foto: REPRODUÇÃO/Football 3)

    O grande mérito da equipe de Nagelsmann, no entanto, esteve na participação do trio Neuer, Süle e Upamecano no controle da profundidade. Ainda que algumas chances tenham sido cedidas, os três venceram duelos importantes para evitar que o Dortmund chegasse em boas condições a sua área a partir de uma bola lançada em profundidade. No lance do primeiro gol, por exemplo, Bellingham tenta uma bola longa e Süle se antecipa ao atacante, já direcionando o corte na direção de Alphonso Davies: o Bayern verticaliza a jogada e Gnabry supera Passlack para cruzar na cabeça de Lewandowski. Haaland, talvez a maior ameaça no futebol mundial nesse tipo de lance, foi bem controlado e teve um jogo apagado, para seus padrões.

Exemplos de Süle e Upamecano controlando Haaland (Foto: REPRODUÇÃO/Football 3)

    Com a vantagem no placar, o Bayern seguiu administrando a partida a seu modo e sua vitória nunca pareceu realmente ameaçada - o belo gol de Reus, que permitiu com que o torcedor aurinegro sonhasse, afinal, foi seguido por uma falha de Akanji que restabeleceu a vantagem de 2 gols. Marco Rose sacou Malen, Wolf, Reinier e Pasalic do banco, mas nenhum deles acabou por ter um impacto real no andamento da partida.

    Ainda que sejam as fases iniciais da temporada, ficam bons sinais aos dois clubes: o Bayern deu uma resposta em seu setor defensivo, lidando bem com aquele que tinha sido o seu principal problema na época passada; e o Borussia Dortmund parece apostar num estilo de jogo pautado por transições rápidas, algo que faz bastante sentido se consideramos as características de seu elenco.

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1 Comentários

  1. Süle e Upamecano foram soberanos nas disputas com o ataque do Dortmund. A leitura do Dayot foram qualquer coisa de fantástica.
    Acho que nessa temporada o Bayern finalmente voltará a ser mais estável defensivamente.

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