Nesta última semana, um assunto tomou conta dos canais e sites esportivos do Brasil: a violência contra a mulher. De Santos à Munique, jogadores que violentaram e agrediram mulheres seguem com as suas vidas normalmente, defendendo dois dos maiores clubes do planeta
Foto/Reprodução: imago images/MIS |
Nesta última semana, um assunto tomou conta dos canais e sites esportivos do Brasil: a violência contra a mulher. O tema, pouquíssimo abordado no meio do futebol, veio à tona por conta da contratação de Robinho pelo Santos Futebol Clube. O atacante, condenado em primeira instância pelo crime de violência sexual, na Itália, retornava ao Brasil para defender o clube que o lançou ao mundo. Mas, graças a uma forte pressão popular, liderada por mulheres de todo o país, a uma importantíssima reportagem divulgada pelo GE e pela ameaça de rompimento de boa parte dos patrocinadores do Santos, a passagem de Robinho pela equipe da Vila Belmiro terminou, pouco depois de ter começado.
O Santos precisou de muito para fazer o mínimo, desfazer um laço que nunca deveria ter sido refeito. Mas Robinho não é o único jogador de futebol a ter agredido ou violentado uma mulher. Infelizmente, os casos de violência contra a mulher são comuns no futebol. Na Alemanha, um clube se destaque negativamente neste quesito. O Bayern de Munique, maior campeão do país e atual campeão da Champions League, conta com três agressores no seu elenco.
Como ficou claro no caso do Santos, palavras não bastam. Faixas e posts valem menos, muito menos que atitudes concretas em defesa da mulher. Mesmo bastante “engajado” nesse sentido, o Bayern continua mantendo, em seu plantel três jogadores que agrediram as suas companheiras.
O primeiro dos agressores é Kingsley Coman que, em 2017, foi condenado por violência doméstica. O meia do Bayern e da seleção francesa agrediu a sua ex-mulher, Sephora Goignan, com quem tem duas filhas, Leyana e Kaylee. Após ter confessado o crime, Coman foi condenado ao pagamento de 5 mil euros pela justiça, mas continuou servindo ao clube bávaro, sem que nenhuma atitude concreta fosse tomada.
Foto/Reprodução: FC Bayern |
Além de Coman, Lucas Hernández também já foi detido por violência doméstica. No mesmo ano que o seu compatriota, Hernandéz foi preso, em Madrid, após ter agredido a sua namorada. Mesmo sabendo do ocorrido, o Bayern não se incomodou e pagou cerca de 80 milhões de euros, dois anos depois, no que se tornou a transferência mais cara da sua história.
Por fim, Jerome Boateng é outro atleta bávaro que enfrenta uma acusação de violência doméstica. Nesta última semana, enquanto o caso de Robinho tomava conta do noticiário brasileiro, Boateng era notícia nos mais diversos sites alemães. Apesar de ainda não ser condenado por agressão, existe um vídeo de Boateng, nas mãos das autoridades, agredindo a sua ex-esposa, Sherin Senler, com quem tem duas filhas, Lamia e Soley. No vídeo, de 2018, Boateng é visto jogando um castiçal de vidro em Sherin. Chamado para prestar esclarecimentos no dia 10 de dezembro deste ano, Boateng, possivelmente, receberá a mesma punição de Coman: uma multa.
Assim como a justiça espanhola e alemã, o Bayern não faz o mínimo para defender as mulheres. Multas são pouco, pouquíssimo para quem teve o seu corpo violado, agredido. Manter em seu elenco atletas condenados por agressão é agredir, novamente, essas mulheres. Se calar diante dos seus é ser conivente com uma cultura que maltrata, explora e abusa das mulheres. Referência dentro de campo, o Bayern deveria levar a sua excelência, também, para fora dele. Permitir que as suas cores sejam vestidas por pessoas assim é uma mancha na sua história. Medidas concretas precisam ser tomadas, para que os jogadores e todos os homens que acompanham ou não o esporte, saibam, de uma vez por todas, que eles não tem o menor direito sobre a vida e sobre os corpos das mulheres que vivem ou não com eles.
DENUNCIE: DISQUE 190
Foto/Reprodução: Paulo Pinto/AGPT |
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1 Comentários
Muito legal o post, e parabéns por trazer essas questões. O Bayern é um dos clubes que sempre tenta passar uma imagem ética, recentemente se posicionou contra a "Superliga" de mega times, mas bom lembrar que em casos fora das 4 linhas, envolvendo seus jogadores, o clube parece não se posicionar. Acho que ninguém defende que os agressores sejam considerados párias, nunca mais trabalhem em lugar nenhum, etc, mas o mínimo é fazer algo mais que só pagar uma multa.
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