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Os motivos para Lewandowski ser eleito o melhor do mundo

 (Photo by FRANCK FIFE/POOL/AFP via Getty Images)

Ir longe na Uefa Champions League - de preferência ganhando o título - e ser decisivo nos jogos finais da competição. Esses têm sido os principais critérios para a entrega de prêmios individuais no futebol. Por isso, a final entre Bayern de Munique e PSG dá a sensação que vai decidir também se Robert Lewandowski ou Neymar foi o melhor do mundo na temporada. Por outro lado, é possível - e aconselhável - também fugir dessa lógica e premiar os últimos 12 meses em vez de focar em 90 minutos. A disputa em 2020 pode até estar acirrada, mas o centroavante polonês oferece uma série de razões para ser o favorito.


Faz mais de um ano que a temporada 2019/20 começou na Alemanha, então as primeiras semanas da última Bundesliga já parecem memórias de um passado bem distante. Só que aquele momento foi um dos pontos altos da campanha de Lewandowski, que quebrou um recorde do campeonato ao marcar pelo menos um gol em todas as 11 primeiras rodadas. Foram 16 gols nesse período, justamente enquanto o Bayern ainda não engrenava. No pior momento da equipe na temporada, foi o polonês quem carregou a produção ofensiva.


A troca de Niko Kovac por Hansi Flick foi decisiva para o Bayern se tornar um dos times com melhor futebol da Europa e tirou um peso das costas de Lewandowski. O time já não era mais um exército de um homem só no ataque e outras peças começaram a contribuir mais com gols e assistências. Ainda assim ele seguiu empilhando bolas na rede, mostrando um poder enorme no jogo aéreo e uma incrível capacidade de aproveitar as chances que apareciam na sua frente - foi difícil ver ele perder alguma. Ao fim da Bundesliga, 34 gols dele em 31 partidas.


A participação e influência no jogo como um todo é uma desvantagem para Lewandowski em relação a outros jogadores que fizeram grande temporada. De fato, ele não faz a engrenagem do time rodar como Neymar no PSG ou Kevin de Bruyne no Manchester City. Além disso, o único gol de fora da área do polonês na última Bundesliga foi em cobrança de falta, só que isso não significa que ele não sabe trabalhar com a bola longe do goleiro adversário. Ele gosta de sair da área e ajudar a construção de jogadas, mesmo que de costas pro gol. No 3º gol contra o Fortuna Düsselorf na Allianz Arena, ele construiu e concluiu (veja abaixo). Na semifinal da Champions League, uma linda assistência só não entrou pra conta dele porque Leon Goretzka furou feio o chute.



Conta a favor do centroavante o fato de se manter em forma durante quase toda a temporada - e aí a sorte também pesou. Ele só perdeu três partidas por contusão na temporada. O prejuízo deveria ser maior, mas a paralisação no calendário do futebol permitiu que ele pudesse se recuperar desse problema físico enquanto os estádios estavam vazios. E quando está em campo Lewandowski não se poupa e contribui para a ideia de jogo de Hansi Flick. O Bayern tem seus grandes momentos quando sufoca os adversários incomodando as trocas de passes deles na defesa. E o artilheiro está sempre disposto a pressionar, mesmo sem conseguir muitos desarmes.


Lewandowski não foi o grande protagonista de nenhum dos dois jogos decisivos do Bayern em Lisboa. Mas também não deixou de cumprir seu papel de artilheiro só porque as vitórias já estavam encaminhadas. A terrível seca de gols em mata-mata da Champions League acabou e ele ainda mantém o incrível feito de marcar pelo menos um gol em todos os seus nove jogos pela competição - considerando toda temporada, são 46 jogos e só em oito ele não guardou o dele. Ganhar o principal troféu do ano não deveria ser tão determinante para as premiações individuais, mas a essa altura já não importa muito o critério. O polonês tem muitas razões para ser votado como melhor jogador do mundo na temporada.

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