Os Suábios entraram na competição como coadjuvantes e saíram coroados. Uma geração jovem que precisou liderar o campeonato por apenas três rodadas para se tornar campeã |
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Time base de Armin Veh. Dos 23 jogadores escalados na imagem, dez foram formados nas categorias de base do Stuttgart |
Timo Hildebrand defendia as cores dos Suábios desde a sua promoção a equipe sênior em 1999. Nesta campanha, disputou 33 dos 34 jogos e não sofreu gol em 13, a terceira melhor marca de sua carreira.
Matthieu Delpierre era o principal ponto de equilíbrio defensivo do Stuttgart junto a Hildebrand. Atuou em 33 das 34 partidas na temporada. Ao seu lado jogava Fernando Meira, que era o capitão. Porém, o português participou de apenas 20 jogos por conta de lesões. Em sua ausência, Serdar Tasci atuava. Mesmo muito jovem e fazendo sua primeira temporada, transmitia segurança. Os laterais Ludovic Magnin e Ricardo Osorio mais marcavam do que apoiavam, o que fortalecia mais o setor. Quem cumpria mais a função ofensiva pelos corredores era Arthur Boka, reserva de Magnin.
Pavel Pardo fazia tudo, construía jogadas e era um baita combatente. Chegou ao clube junto do compatriota Osorio na janela de verão, contratado do América-MEX, e foi o melhor passador da equipe no campeonato, somou 8 assistências. Thomas Hitzlsperger foi um dos jogadores mais participativos em números de gols, onze, sendo 7 de seus próprios pés e 4 assistidos para seus companheiros. Roberto Hilbert e Sami Khedira revezavam no lado direito do meio-campo. Hilbert foi o único do grupo que disputou todas as partidas, sua polivalência e o fato de ter ficado distante de lesões e outros fatores que poderiam tirá-lo de campo foram primordiais para isso. Já Khedira era um dos mais jovens do grupo, mas esbanjava qualidade, armava, desarmava e pisava na área com facilidade, sempre muito participativo. O brasileiro Antonio da Silva era o responsável pelo “último passe” e bolas paradas, disputou 28 jogos e assistiu sete gols.
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O começo de temporada do Stuttgart foi instável. Entre as primeiras oito rodadas, os Suábios não conseguiram encaixar nenhuma sequência de boas atuações e conquistaram apenas 3 vitórias, sendo duas fora de casa, decididas nos instantes finais. Uma série de quatro triunfos seria engatada pelos alvirrubros a partir da nona rodada, fazendo com que alcançassem a liderança pela primeira vez na décima segunda. O Bayern, que fazia uma temporada bem aquém sob o comando de Felix Magath, foi o responsável por cortar a 'asinha' do Stuttgart na rodada seguinte, em Munique. Os Suábios até saíram vencendo com gol de Mario Gómez, mas acabaram sofrendo a virada e consequentemente o revés.
Assim como na 33.ª, a última rodada do campeonato teve os jogos disputados paralelamente. Enquanto o Schalke enfrentava o Arminia Bielefeld, o Stuttgart travava uma árdua batalha pela glória com o Energie Cottbus.
Tal como na partida contra o Bochum, o Stuttgart saiu atrás no marcador e precisou correr atrás do resultado. O tempo era um forte aliado do Schalke 04 que vencia seu confronto por 2 a 0 quando o Energie estufou as redes do Gottlieb-Daimler-Stadion (antigo nome do estádio do Stuttgart) aos 19 minutos com Sergiu Radu. Àquele instante, o troféu estava ficando com os azuis de Gelsenkirchen. Uma chute de rara felicidade de Thomas Hitzlsperger, seis minutos depois de sua equipe sofrer gol, recolocaria os Suábios no jogo. Passado o primeiro tempo, o prato mais charmoso e desejado da Alemanha já não estava mais nas mãos dos azuis-reais por conta do saldo de gols. O famigerado critério de desempate. Por ironia do destino, o jovem Khedira, que fazia uma partida muito ruim, seria o responsável por selar a vitória e consequentemente a conquista do campeonato, aos 63 minutos, em cabeceio originado de cruzamento do brasileiro Antônio da Silva.
O Stuttgart voltou a vencer uma Bundesliga após 15 anos, chegando ao quinto título do campeonato nacional. Mario Gómez foi o artilheiro do time com 14 gols (a equipe marcou 61 e sofreu 37, segundo melhor ataque e terceira melhor defesa) e terminou eleito jogador do ano. Alguns dias depois, os Suábios ficariam com o vice-campeonato da DFB-Pokal ao perderem a final para o Nürnberg, rival que já o tinham vencido duas vezes, por 3 a 2 em prorrogação. Ao passar das temporadas, o elenco foi se desmanchando numa espécie de "o último que sair apaga a luz" e o máximo que o clube conseguiu desde então foi um título da extinta Copa Intertoto da UEFA em 2008 e um da segunda divisão em 2017. Veh deixou o cargo em novembro de 2008 e não voltou a conquistar mais troféu algum em sua carreira.
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