A Alemanha tem três times nas oitavas de final da Uefa Champions League e o campeonato alemão não poderia estar melhor representado. Apesar do Borussia Mönchengladbach se firmar entre os primeiros da tabela, são os outros integrantes do G4 que produzem o futebol mais atraente e do país.
O talento ofensivo e poder de fogo de Bayern de Munique, Leipzig e Borussia Dortmund são capazes de ferir um adversário de diferentes formas, com diferentes jogadores. Os três já passaram dos 60 gols marcados nesta Bundesliga, enquanto o quarto melhor ataque do campeonato - que pertence ao Gladbach - ainda está em 43.
Com a principal competição de clubes da Europa começando sua fase mata-mata, vamos analisar o que torna essas equipes tão atraentes e também quais pontos fracos podem ser explorados pelos rivais. No terceiro texto, as principais características positivas e negativas do Leipzig. Veja aqui as análises de
Borussia Dortmund e
Leipzig.
Forças
No momento, o Bayern de Munique é o clube alemão que está mais preparado para chegar longe nesta Uefa Champions League e a boa fase se deve muito a Hansi Flick. O treinador assumiu o cargo há menos de quatro meses, mas já transformou um time instável em dominante na Bundesliga. Uma das principais marcas desse período é a atenção da equipe para marcar no campo de ataque. Assim que perde a bola, os jogadores trabalham para retomá-la rapidamente e todos no time correm para encurralar o adversário, que dificilmente encontra uma alternativa além de dar um chutão pra frente. A posse então volta ao Bayern e a engrenagem volta a rodar, com a equipe trocando longas sequências de passes no campo de ataque e deixando Manuel Neuer longe do jogo por vários minutos.
A qualidade dos seus meias também contribui para o Bayern ser tão dominante na posse de bola em jogos do campeonato alemão. É difícil tirar ela de Thiago Alcântara e Joshua Kimmich e são eles os maiores responsáveis por reger os ataques do time, determinando qual lado do campo será usado para atacar naquele momento. O espanhol às vezes erra passes perigosos na defesa, mas é quem tira da cartola os melhores lançamentos para municiar os atacantes. Muitas vezes esses passes longos são direcionados para as pontas do campo, onde Hansi Flick gosta de ver sua equipe chegar. O Bayern conta com os avanços dos seus laterais para ser o time que mais faz cruzamentos na Bundesliga e enche a grande área de jogadores para aproveitar esses lances. Thomas Müller, Leon Goretzka, e, é claro, Robert Lewandowski aparecem muito na frente do gol para tentar empurrar a bola pras redes.
Individualmente, Lewandowski parecia carregar o ataque do Bayern no início da temporada, marcando gol atrás de gol para dar vitórias ao Bayern. O centroavante polonês segue aproveitando bem as chances que aparecem nos seus pés, mas a responsabilidade está melhor dividida desde que Hansi Flick assumiu o comando e não há exemplo melhor disso do que Müller. Variando entre titular e reserva com Niko Kovac como treinador, ele ganhou importância com a troca no cargo e lidera a Bundesliga em número de assistências, com 14, sendo seis delas para Lewandowski. A dupla que há anos está junta no ataque do clube produz gols nesta temporada como poucas vezes fez na carreira.
Fraquezas
Alguns jogos do Bayern em 2020 estão sendo decididos rapidamente. Contra o Schalke, 2 a 0 no 1º tempo. Contra o Mainz, 3 a 0 em 26 minutos. Contra o Colônia, 3 a 0 em 12 minutos. Até aqui só vantagens, mas o problema vem depois do intervalo e o próprio jogo em Colônia serve de exemplo. Na metade final daquela partida, Manuel Neuer viu seus companheiros diminuírem a intensidade na marcação e ele ficou cada vez mais exposto. Se os adversários não são desarmados ou forçados a dar um passe errado assim que ganham a posse de bola, há o grande risco de um deles sair frente a frente com o goleiro campeão do mundo em 2014. Em duelos mais acirrados é possível que o Bayern não consiga abrir vantagem cedo, e aí o ritmo da marcação no campo de ataque não pode cair tanto. Contra o Leipzig, na Allianz Arena, o problema se repetiu e o placar final só ficou em 0 a 0 porque os visitantes perderam excelentes chances de gol.
A segunda fraqueza do Bayern está muito ligada à primeira e também foi exposta em diferentes partidas do campeonato alemão em fevereiro. Os zagueiros costumam ficar posicionados na região do círculo central e muitas vezes não recuam no momento certo ou acabam perdendo na corrida para o atacante adversário que é lançado em velocidade. No mata-mata da Champions League, os atuais campeões da Bundesliga vão encontrar jogadores com melhor capacidade no passe do que a maioria dos seus rivais domésticos e isso torna ainda mais urgente a correção desses erros para não haver sufoco cada vez que a bola é perdida.
0 Comentários