A relação entre Joachim Löw e Ter Stegen nunca foi das melhores | Foto: MARCA |
Ainda assim, pior que a vida de goleiro, é a vida do reserva dele. Infelizmente só é possível jogar com um jogador de baixo das traves. Se não fosse, com certeza Marc-André ter Stegen teria mais oportunidades na Seleção da Alemanha. Durante anos e até hoje, o guarda-redes do Barcelona vivencia o banco na equipe de Joachim Löw. Mesmo que muitas vezes fosse natural, atualmente é algo que o incomoda. Apesar do anúncio feito por Löw de que Manuel Neuer será seu goleiro titular no Campeonato Europeu em 2020, Ter Stegen, em entrevista ao SportBild divulgada pelo SPORT1, afirmou que ainda não desistiu da luta pelo gol alemão. “Eu quero colocar pressão (em Manuel Neuer), até Jogi Löw finalmente me escolher e eu ser o goleiro nº 1. Não é satisfatório se você não joga, mas eu sou uma pessoa que diz: eu realmente quero entrar nesse gol. Não importa como”.
Depois de uma grande temporada pelo Barcelona, o goleiro de 26 anos ficou decepcionado com a decisão do treinador alemão em colocar Manuel Neuer – que vinha de uma grave lesão e não tinha ritmo de jogo – como titular. “Eu estava convencido que tinha jogado uma temporada muito boa, então, no momento que o Löw me disse sua decisão, claro que foi frustrante, eu não vou mentir. Eu quero ser o melhor goleiro da Alemanha. Eu quero estar no gol da equipe nacional. Eu quero mudar o status atual. Eu darei tudo por isso”. Quando perguntado sobre os motivos de ficar calado e não escancarar sua insatisfação, ele disse: “tem algo a ver com respeito, eu não quero atrair atenção abrindo a minha boca”.
Mesmo com Manuel Neuer retornando de lesão e em baixa, Ter Stegen nunca recebeu uma grande oportunidade e a demonstração de confiança no seu trabalho | Foto: AFB PHOTO / Miguel Medina |
Sobre a disputa acirrada pelo título da Bundesliga, Ter Stegen não ficou em cima do muro e afirmou que mantém os dedos cruzados para o Borussia Dortmund. “Espero que Dortmund consiga o título, eu gosto muito da equipe e particularmente desejo a Lucien Favre boa sorte. Eu também tenho um bom contato com o pessoal de Munique, mas o Bayern não tem que ganhar toda temporada”.
Não foi a primeira vez que Ter Stegen deu a entender uma suposta insatisfação com a reserva na Mannschaft. Em julho de 2018, segundo o jornal alemão “Der Tagesspiegel”, em conversa com jornalistas em Girlan, na Itália, base de treinamentos dos alemães na preparação para a Copa do Mundo daquele ano, ele foi indagado sobre a provável titularidade de Neuer. “Vamos encarar. Claro que é uma situação decepcionante quando joguei toda a temporada tentando manter o mais alto nível”.
De qualquer maneira, o arqueiro do Barcelona foi o melhor goleiro alemão da temporada passada. Contudo, Löw não abriu e dificilmente abrirá mão da titularidade de Manuel Neuer, independentemente do seu momento. E aí que está o erro. Seleção, seja ela qual for, é momento e qualidade (na ordem dos fatores). Todos sabemos da qualidade de Neuer, isso é indiscutível. Porém, Ter Stegen fez a melhor temporada de sua carreira e – simultaneamente – o goleiro do Bayern de Munique quase não jogou. Se realmente houvesse meritocracia na seleção da tetracampeã mundial, Ter Stegen teria, no mínimo, mais oportunidades.
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