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Neste início de campeonato alemão, o Werder tem média de 518 passes por jogo. O número é menor apenas que o do Bayern de Munique (653.7) e do Borussia Dortmund (569.8), dois times que estão bem acima dos demais até aqui em termos de desempenho e de qualidade do elenco. A equipe de Bremen demonstra que está condicionado a manter a posse de bola na maior parte do jogo porque busca o toque curto mesmo quando seus jogadores estão pressionados pela marcação adversária e com pouco espaço. Claro que em situações específicas o passe longo é usado, mas esse recurso não representa o estilo do time.
O uso do passe curto como principal ferramenta a criação de jogadas não é resultado somente das ideias de Florian Kohfeldt, como também das características dos jogadores que estão no elenco. A contratação de Davy Klaassen e o crescimento de Maximilian Eggestein, de 21 anos, dão ao treinador duas peças importantes de meio-campo. Eles não são os que mais tocam na bola na equipe, mas têm a frieza necessária para carregar a bola e encontrar um companheiro livre, mesmo quando estão pressionados pela marcação e precisam tomar uma decisão rápida. Além disso, Klaassen tem como característica entrar na grande área para finalizar - já marcou dois gols assim na Bundesliga -, e Eggestein apresenta um bom chute de longa distância - três dos seus quatro gols no campeonato foram de fora da área.
No entanto, o grande jogador do Werder até este momento da temporada é o capitão Max Kruse. Apesar de ser normalmente escalado como centroavante, boa parte da construção das jogadas de ataque passa pelos pés dele. Kruse não guarda posição e se movimenta por quase todo meio-campo da equipe, especialmente pelo lado esquerdo. Esse posicionamento contribui para ele ser o jogador com mais passes para finalização na Bundesliga até a 10ª rodada, com 26. Se Florian Kohfeldt permite que seu atacante participe tanto da criação da equipe, é porque ele espera que apareçam coisas boas a partir disso. E enquanto o capitão do time está fora da grande área, outros jogadores ficam responsáveis por ocupar essa região.
Os melhores momentos do Werder no ataque são com jogadas pelos lados do campo, quando Kruse, Klaassen e M. Eggestein se aproximam dos laterais, seja com Ludwig Augustinsson pela esquerda ou com Theodor Gebre Selassie pela direita. Parte dos gols da clube na Bundesliga surgiu dessa forma, mas ainda falta ao ameaçar mais os goleiros. De 3º time com a maior média de passes no campeonato alemão, o Bremen cai para 9º em número de finalizações, com 13,1 por jogo. Não tem problema trocar passes longe da grande área adversária. Contudo, isso não pode virar hábito, como costuma acontecer com o Werder dentro das partidas, especialmente quando enfrenta marcações fortes que forçam erros até do seus melhores passadores.
Quando seus melhores jogadores estão em um bom dia, o Werder é um time que vale a pena ver jogar. Uma das importantes tarefas de Florian Kohfeldt para o decorrer da temporada é tentar fazer suas peças serem mais agressivas no ataque. A outra é construir uma proteção mais sólida para a meta de Jiri Pavlenka. Na condição de 6ª pior defesa da Bundesliga em número de gols sofridos, empatado com Augsburg e Freiburg com 16, o Bremen dificilmente vai estar entre os melhores times do campeonato. Corrigindo essas falhas, conquistar uma vaga em uma competição europeia é muito possível.
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