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Bola parada: a aliada do Schalke se tornou uma inimiga neste início de temporada

Foto: Getty Images

Na ótima campanha do último ano, o Schalke 04 não tinha como marca um poderoso ataque capaz de criar finalizações com longas trocas de passe pelo chão. A equipe chegou ao segundo lugar da Bundesliga graças a uma forte bola parada ofensiva e a uma defesa sólida. Nesta temporada, a situação começou invertida. Ralf Fährmann passou a sofrer gols em bolas paradas e não vê seus companheiros devolvendo na mesma moeda. O resultado é drástico e coloca o clube na lanterna do campeonato alemão, com quatro derrotas em quatro rodadas.

O início da campanha nesta Bundesliga já oferece sinais claros dessas mudança. Em três dos quatro primeiros jogos, o time de Gelsenkirchen sofreu um gol de escanteio. Contra Wolfsburg e Borussia Mönchengladbach, em especial, a liberdade do adversário para cabecear na segunda trave foi inaceitável. Na última rodada, James Rodríguez encontrou espaço suficiente no primeiro poste para abrir o placar a favor do Bayern de Munique. Na partida em que o Schalke ficou ileso aos escanteios, contra o Hertha Berlin, Ondrej Duda acertou uma bela cobrança de falta no fim do jogo para selar o 2 a 0.

Impressionante como Brooks subiu sozinho na segunda trave para marcar o primeiro gol do Wolfsburg contra o Schalke | Foto: Reprodução / YouTube

No jogo de sábado na Veltins Arena, o Bayern de Munique ainda marcou um gol de pênalti. Em resumo: dos oito gols sofridos por Fährmann neste campeonato alemão (péssima média de dois por jogo), cinco foram em bolas paradas. Na última temporada, foram 11 gols de bola parada em um total de 37 sofridos. Durante a janela de transferências, o clube perdeu o talento de Thilo Kehrer, mas ganhou em estatura com a contratação do também zagueiro Salif Sané e seu 1,96 m, dez centímetros a mais que seu "antecessor". Por isso, a expectativa era ter uma defesa mais segura nas jogadas aérea. Não é isso que vemos até agora.

O ataque do Schalke como um todo não vem funcionando nesta temporada e as bolas paradas também não contribuem como no primeiro ano de Domenico Tedesco à frente da equipe. Na última temporada da Bundesliga, os Azuis Reais marcaram 24 dos seus 53 gols (quase metade) em bolas paradas, incluindo dez em cobranças de pênalti. No atual campeonato, a única vez que essa arma deu resultado foi na 1ª rodada, quando um escanteio resultou em pênalti, convertido por Nabil Bentaleb. Contra o Hertha, Daniel Caligiuri chutou pra fora uma penalidade máxima.

O número mais modesto não significa que o time esteja apostando menos nas bolas paradas. Quase toda cobrança de falta no campo de ataque, mesmo quanto ela acontece perto do meio-campo, representa uma chance de jogar a bola na grande área adversária para tentar aproveitar a altura dos seus jogadores. Domenico Tedesco segue fiel ao seu estilo de chegar ao ataque e finalizar com poucos toques na bola e as bolas paradas representam uma engrenagem relevante desse sistema, que já deu certo há pouco tempo. Para o time sair da lanterna da Bundesliga, é importante que ela volte a rodar bem tanto no ataque quanto na defesa.

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